Coligação não apresentou propostas de governabilidade para o país

Três horas de reunião que não deram em nada. À saída do encontro com os líderes do PAF,  no dia 9 de outubro de manhã, António Costa mostrou-se decepcionado,  tendo admitido que havia expetativas a que a coligação não correspondeu.

António Costa lamentou que a reunião de três horas com os líderes da coligação Portugal à Frente se tenha traduzido por um resultado “bastante inconclusivo”, referindo não ter sido possível um trabalho aprofundado sobre “quaisquer propostas de governabilidade para o país”, que a coligação entende que deveriam ser criadas.
Falando aos jornalistas no final do encontro, o Secretário-geral do PS começou por criticar a ausência de “propostas concretas” por parte dos dois partidos da coligação, afirmando que o encontro não tinha correspondido às “expetativas”. Não foi apresentada “qualquer proposta para analisarmos”, esclareceu.
António Costa voltou a colocar o ónus da governabilidade em Passos Coelho e Paulo Portas, lembrando, contudo, o histórico desta coligação de direita de “não ter o hábito de fazer conversações entre partidos”, sendo por isso “natural que houvesse agora maior dificuldade em acertar”.
Uma falha que António Costa disse esperar possa ser ultrapassada já na próxima semana, quando na terça-feira as duas delegações se voltarem a reunir, traduzindo-se “numa proposta concreta e não em ideias vagas”.
O Secretário-geral do PS aproveitou a oportunidade para lembrar que a coligação, através de diversos dirigentes seus, já antes tinha manifestado publicamente abertura para negociar, uma atitude que António Costa diz ter acolhido com satisfação. Tendo a direita perdido a maioria absoluta “é natural que dialogue”, justificou o líder socialista, aconselhando os responsáveis da coligação a “adaptarem-se às novas circunstâncias” de um novo quadro parlamentar.
Reafirmou a posição já assumida pelo Partido Socialista quanto aos seus objetivos principais, insistindo que o PS tem um programa “com contas feitas e conhecidas” e posições assumidas em relação às propostas políticas da coligação de direita, em especial, no que respeita à Segurança Social, ao empobrecimento do país e às políticas de austeridade.

António Costa não deixou de sublinhar que as conversações que ontem manteve com o PCP “foram mais fáceis”, uma vez que “havia matérias concretas em cima da mesa”.
(www.accaosocialista.pt)