[opinião] Afinal, o que se passa com a variante à EN 229 entre Sátão e Viseu?

Revelando um enorme desrespeito institucional para com os deputados do PS eleitos por Viseu, o secretário de estado dos transportes, Sérgio Monteiro, não lhes respondeu à pergunta colocada em setembro de 2014, sobre a construção da variante à EN 229 entre Sátão e Viseu.
Ou melhor, ele respondeu, passados cinco meses, a uma questão que não lhe foi colocada, dizendo que “o plano de Proximidade da EP – Estradas de Portugal contempla a intervenção no eixo da “EN 229 - Sátão/Viseu – Eliminação de constrangimentos em zonas industriais””.
Ora, acontece que esta designação em momento algum foi utilizada pelos deputados do PS ou por qualquer um dos autarcas da região quando se referiram a esta matéria.
Daí que os deputados do PS, voltassem de imediato ao tema, denunciando esta situação e exigindo respostas claras e objetivas.
É que, consultado o tal plano de proximidade, a que alude o ministério da economia, o que encontramos é uma intervenção no eixo da EN 229 – Sátão/Viseu, para eliminação de constrangimentos em zonas industriais, com a tipologia de grande reparação (GR), mas nada se encontra sobre a variante à EN 229, uma nova via, e cuja tipologia tem que ser construção (C).
Face a isto várias questões se podem, legitimamente, colocar e a que importa responder, mais do que aos deputados, importa, isso sim, responder aos viseenses, aos satenses e a todos os utilizadores desta importante via.
Afinal, o governo mantém ou não a intenção de construir a variante à EN 229 entre Sátão e Viseu, a tal via cujo processo de avaliação ambiental foi efetuado em 2011 e 2012?
Ou o governo mudou de opinião e agora o que tem para oferecer aos utilizadores é uma reparação da atual EN 229?
Ou ainda, estamos a falar de duas intervenções distintas?
Ora, a preocupação dos deputados do PS, como bem se vê, resulta do facto de estarmos perante um governo que passados três anos e meio nada de objetivo tem a dizer sobre uma pergunta concreta: quando vai ser construída a variante à EN 229?
Mas também é importante perceber qual é o discurso dos autarcas de Sátão e de Viseu sobre este assunto, este “embrulho” do ministério da economia, eles que tantas vezes se têm pronunciado sobre tal variante.

Em conclusão: é chegado o momento de se dizer às populações o que está em jogo e o que irão fazer para melhorar a acessibilidade entre o Sátão e Viseu, um troço que nos meses de Verão atinge valores aproximados dos 10.000 veículos por dia.
Acácio Pinto
Diário de Viseu