[opinião] Má sina, esta de termos Nuno Crato como Ministro da Educação!

Já não se conseguem encontrar os termos adequados para qualificar o atual momento que se vive na educação em Portugal.
Confusão, trapalhada, caos e balbúrdia são algumas das palavras que enxameiam as notícias sobre o início do atual ano letivo e não sei se alguma delas traduz, verdadeiramente, o que se passa nas escolas portuguesas.
As associações de pais, os diretores de escolas, os sindicatos e os professores estão em pânico face ao que lhes está a acontecer sem que nada se mova no governo apesar de algumas vozes da maioria começarem a pedir a cabeça, por exemplo, do secretário de estado da administração educativa, João Casanova Almeida, pelo facto de não vir a terreiro dar explicações. Só que, como eles sabem, a primeira responsabilidade não é do secretário de estado (nem do demitido diretor geral) é do ministro Nuno Crato que há muito tempo está a mais na educação.
Mas apesar da dura realidade com que as escolas portuguesas estão confrontadas, tudo acontece na rua 5 de outubro com a maior das normalidades, mesmo depois de o ministro Nuno Crato ter feito aquele papel, afinal de mera hipocrisia, de pedido de desculpa na Assembleia da República.
Disse então que tudo iria ser corrigido e que nenhum docente sairia prejudicado com os erros da fórmula associados a este concurso.
O que é facto é que os erros continuam e o prejuízo para os docentes é incalculável. Há docentes que tiveram que encontrar uma nova residência e uma nova escola para os filhos face à colocação e agora são obrigados a ir para uma nova escola, onde o processo volta ao início.
Má sina, esta de se ser professor ante tão inqualificados decisores políticos!
Má sina, esta de no nosso país estarmos em outubro [estou a escrever a 6 de outubro], um mês depois do início do ano escolar e ainda termos milhares e milhares de alunos sem professores ou, agora, com professores a deixarem os seus alunos e a irem ao encontro de outros!
Má sina, esta de termos escolas a suspenderem as aulas, ou a funcionarem dia sim, dia não, por falta de recursos humanos, docentes e não docentes, que assegurem as condições mínimas de funcionamento da escola!
Má sina, esta de termos um Primeiro-Ministro, Passos Coelho, que faz que não vê e um Presidente da República, Cavaco Silva, que olha mas nada vê de mal na educação, ou seja, no futuro de Portugal!

Merecíamos outra sorte!
Acácio Pinto
Diário de Viseu | Rua Direita