Na apresentação pública da moção MAIS PS foi defendida uma ação política forte em defesa do interior


«Acácio Pinto, na apresentação pública da sua Moção de candidatura a Presidente da Federação Distrital do PS Viseu, que decorreu ontem, dia 1 de Setembro, pelas 21H00, na sede da Associação Comercial de Viseu, elencou as linhas fundamentais:
"São três os eixos de intervenção principais que apresentamos na nossa moção, uma moção que não é um programa de governo para o país, mas uma moção que é, isso sim, uma visão estratégica de governo para a federação de Viseu do PS.
Ei-los:
i) melhorar a nossa organização interna e aprofundar a participação dos militantes;
ii) dar mais voz à participação dos simpatizantes e dos cidadãos do distrito na elaboração das nossas propostas políticas;
iii) uma ação política em defesa do interior, do desenvolvimento do distrito.
Pois bem, quanto ao primeiro eixo, melhorar a nossa organização interna nos 24 concelhos do distrito de Viseu potenciando a participação política de todos os militantes nas suas estruturas, dando-lhes efetiva voz nas tomadas de decisão política.
Os militantes são o cerne dos partidos e não podem ser meros instrumentos de voto, arregimentados, continuando as decisões nas mãos de pequenos grupos, escondidas das bases. Nós queremos militantes livre e a participarem em liberdade.
Ainda neste eixo teremos uma linha de atuação assertiva e afetiva com os autarcas do PS, municipais e de freguesia e com os deputados da AR criando uma grande plataforma de interação que potencie a resolução de problemas e coloque na agenda os assuntos da atualidade. É que os autarcas são os primeiros rostos socialistas no contacto com as populações e os deputados são a nossa voz na fiscalização da atuação do governo.
Também não deixaremos de integrar a JS e DFMS nas nossas iniciativas políticas.
No segundo eixo de atuação, o de dar voz à participação dos simpatizantes e dos cidadãos, importa desde logo abrir as portas do PS e falar com transparência política aos nossos concidadãos.
Daí nós nos propormos dedicar uma grande atenção à questão da exclusividade das funções públicas, nomeadamente dos deputados à AR. E assim assumimos o compromisso de que em Viseu só proporemos candidatos a deputados que assumam o compromisso público de que exercerão as suas funções em exclusividade.
Igualmente utilizaremos o atual método das primárias, que está em curso na escolha do candidato a primeiro-ministro (o 1º deputado do PS), para a designação da lista de deputados a propor no distrito de Viseu.
A democracia não pode ser um processo de toca e foge. Tem que ser um processo consistente. Daí primárias também para deputados no distrito de Viseu.
O terceiro eixo, o da ação política em defesa do interior, do desenvolvimento do distrito, é porventura aquele que nos deve mobilizar de uma forma mais intensa, pelos interesses do centralismo instalados há décadas, na nossa prática política.
O terreiro do paço, ou os terreiros do paço, têm que ser confrontados com a vantagem que eles também têm se o território, todo, tiver um desenvolvimento mais equilibrado.
Fazer do interior uma causa tem que nos mobilizar a todos. É que o interior não pode ser considerado como um encargo mas como uma oportunidade.
Daí que não podemos transigir nesta nossa luta em defesa dos serviços públicos, da justiça, da saúde, da educação, dos equipamentos sociais e das acessibilidades.
Estamos contra este mapa judiciário que hoje entrou em funcionamento. Contra o encerramento de três tribunais, transformação de quatro em caixas de correio, e da perda de competências nos restantes que se esvaziarão em detrimento do da sede da comarca, em Viseu.
É a soberania a ser atacada. Teremos pior justiça.
Na saúde, perguntamos, onde está, por exemplo o centro de oncologia/radioterapia que desde 2011 está previsto para Viseu? Onde está a melhoria dos cuidados primários de saúde e dos cuidados hospitalares?
Na educação, perguntamos, onde está a requalificação das escolas do distrito de Viseu? De Lamego, de São Pedro do Sul, de Viseu (Viriato e Grão Vasco), de Mangualde, de Moimenta da Beira? E a conclusão de Resende e de Oliveira de Frades sempre aos sobressaltos?
Para já não falar dos inúmeros problemas com o encerramento de escolas do 1º ciclo sem a articulação com as autarquias, com as associações de pais e com a comunidade escolar.
E nos equipamentos sociais, será que poderemos calar-nos ante equipamentos que estão concluídos e não estão protocolados? Por exemplo a nível dos cuidados continuados e de apoio à deficiência?
Esta é uma história e um património de que muito nos orgulhamos no distrito de Viseu.
E as acessibilidades?
Embora conhecendo as questões orçamentais não poderemos, porém, deixar de pugnar por acessibilidades rodoferroviárias que ainda nos escapam. As principais são a rodovia Viseu-Coimbra e a ferrovia da beira-alta em associação com a ligação de Aveiro-Viseu-Vilar Formoso, plataformas fundamentais para o desenvolvimento integrado da região, potenciando o dinamismo económico e as exportações.
Mas também bem conhecemos as ligações de Viseu à serra da estrela, a ou de Mangualde ao IP3 e a norte de Lamego à A25. Ou mesmo aquelas que servindo municípios mais específicos, são hoje autênticos quebra-cabeças para os automobilistas e para a economia, como sejam a EN 229, ou a ligação de Bigorne a Resende, ou A24, de Armamar à Pesqueira.
Todas elas bem as conhecemos e não deixaremos de estar atentos a todas estas acessibilidades referenciais para o distrito.
Olhar portanto o interior como uma oportunidade, como um espaço que carece de políticas de discriminação positiva para as pessoas e para as empresa, geradoras de mais emprego e de mais riqueza, é uma obrigação do presidente da federação de Viseu do PS.

Olhar para o interior como um espaço que tem que ser capaz de criar atratividade para os jovens e para a cultura e para as artes, para o ensino superior e para a investigação científica em para as artes é uma inevitabilidade para o nosso país. Uma inevitabilidade que não pode deixar de se articular com os fundos comunitários 2014-2020."»
in: Rua Direita