Intervenção na AR: mais uma vez o arranque do ano letivo e uma educação pública de qualidade

Intervenção no plenário no dia 19 de setembro no âmbito da petição número 368/XII/3 da Fenprof, por uma educação pública de qualidade.
Mais uma vez tive a oportunidade de falar do caos no arranque deste ano letivo e de todos os problemas criados aos professores.
GUIÃO DA INTERVENÇÃO:
O agendamento desta petição, em defesa de uma educação pública de qualidade, não poderia ter maior oportunidade.
Quero, pois, em nome do PS saudar os milhares e milhares de peticionários, a Fenprof, por este contributo para o debate que aqui nos deixa.
Vivemos tempos em que o serviço público de educação está a ser alvo de investidas particularmente graves quanto à sua qualidade.
Não há memória de tal caos, por exemplo, num arranque de ano letivo.
Tudo correu mal a nível da colocação inicial de professores. Foi tardia, já muito depois do início do ano escolar. Cheia de erros, com colocações em duplicado, ou professores retirados do concurso.
Ninguém sabe como é que numas escolas os professores foram reconduzidos e noutras não, em iguais circunstâncias.
Mas tudo correu mal, também, como ainda ontem se demonstrou, a nível da bolsa de contratação de escola: com fórmulas erradas e com subcritérios escondidos dos candidatos.
Tudo correu mal a nível das rescisões de professores que de adiamento em adiamento foram já resolvidas e só para alguns com este ano letivo em curso.
Tudo correu e está a correr mal a nível de encerramentos de escolas havendo ainda muitos alunos em casa, repito em casa, sem saberem qual a escola para onde irão, devido a diversas providências cautelares e protestos vários, por falta de diálogo do governo com as autarquias e com os pais.
Tudo está a correr mal nas escolas de ensino artístico e conservatórios com a contratação de professores.
Tudo está a correr mal a nível dos CQEP e da segunda oportunidade.
Tudo está a correr mal na contratação de pessoal não docente.
E já agora sejamos frontais, falemos do pedido de desculpa do senhor ministro (uma moda que está a alastrar no governo, quem será o próximo?): Como é possível alguém vir aqui pedir desculpa a todo o país, pelos erros, e depois continuar a afirmar que foi um excelente arranque do ano letivo?
Isto não é um teatro. Aqui a máscara tem que bater certo com a cara.
Senhores deputados,
O serviço público de educação, de qualidade, tem que voltar a ocupar o centro das políticas públicas e isso só acontecerá, com outros intérpretes, com outro governo.
Este ministro da educação já é passado e está a mais na educação em Portugal.