Vidas com sentido: Fundação Mário Soares homenageou o viseense Álvaro Monteiro


Homenagear homens e mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos, foi o objetivo central da Fundação Mário Soares quando idealizou este ciclo de conferências e debates sobre figuras da nossa cidadania democrática a que deu o nome de "Vidas com sentido". A décima nona conferência deste ciclo aconteceu no dia 10 de abril e foi dedicada a Álvaro Monteiro.
Estiveram na mesa desta conferência e intervieram: Mário Soares, a filha de Álvaro Monteiro, Isabel Monteiro, um neto do homenageado, Pedro Sá Correia, e os advogados João Lima e José Lamego.
Na plateia, onde fiz questão de estar, estavam os familiares e amigos do homenageado, entre os quais muitos residentes ou com origens em Viseu ou na região.
Sobre Álvaro Monteiro:
Álvaro Monteiro nasceu em Alhais, concelho de Vila Nova de Paiva, a 17 de Fevereiro de 1909 e faleceu a 8 de Novembro de 1982. Advogado e político.
Em Viseu, fez simultaneamente o curso complementar da escola comercial e do liceu. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1931), instalou escritório de advogado em Viseu.
Ainda em Coimbra, presidiu à Comissão de Assistência do Jardim-Escola João de Deus, enquanto participava em todas as lutas estudantis, e em 1927 seria eleito para os corpos gerentes do Centro Republicano Académico. Dirigiu com Bernardes de Miranda o semanário académico Mundo Novo, que viria a sofrer represálias por alegado apoio à Revolta da Madeira. Em 1937, acusado de apoiar o processo revolucionário dos navios da Armada, foi preso e levado a Tribunal Militar Especial.
Ao longo da vida, sempre se afirmou oposicionista à ditadura, sendo um dos fundadores em 1942 do Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista e participando activamente no Movimento de Unidade Democrática (MUD) e nas campanhas eleitorais de Norton de Matos, Quintão Meireles e Norton de Matos. Subscritor do Programa para a Democratização da República, foi preso e incriminado pela PIDE. Candidato pela oposição às eleições de 1965.
Desenvolveu intensa actividade no seio da Ordem dos Advogados, integrando o respectivo Conselho Distrital de Coimbra.
Foi igualmente Presidente da Cooperativa de Fruticultores da Beira Alta, actividade que desenvolvia como pequeno agricultor.
Após o 25 de Abril de 1974, Álvaro Monteiro foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República (I Legislatura) pelo Partido Socialista.
(Fonte base do texto e biografia: Fundação Mário Soares)