Nuno Crato: o maestro do desastre da educação!

Para este governo a preparação e início de ano letivo são sempre encarados com leviandade política e completa negligência.
Ano após ano os problemas sucedem-se. São experimentalismos sobre experimentalismos e no final lá estão os agentes e atores do costume com os problemas habituais, sejam os alunos, os pais, os professores, as autarquias ou os funcionários das escolas.
Só para citar alguns direi que há dois anos foi o concurso de professores, no ano passado foi o número de horários zero e este ano é o número de turmas homologadas, que é muito inferior ao número de alunos matriculados nas escolas.
Nuno Crato está-se a transformar num habitué destas práticas. Cria os problemas e depois, com um ar seráfico, com aquele sorriso de uma serenidade, politicamente, a roçar o cinismo, lá diz que não há motivos para preocupação e, no caso vertente, que todos os alunos terão turma, que nenhum vai ficar de fora do sistema educativo.
Já agora? Melhor fora!
O problema não é esse. O problema é que a organização da vida das pessoas tem que se fazer com tempo e não é admissível que depois de uma escola publicitar um determinado curso no qual os alunos se inscreveram depois se diga que a abertura da turma não foi autorizada.
E, como é evidente, a culpa não é dos diretores de escolas e das escolas. Fizeram o que tinham a fazer, face aos atrasos, matricularam os alunos. A culpa é toda do ministério de educação e de Nuno Crato.
Os anos letivos têm timings, têm rituais e esses rituais não podem ser desprezados, sob pena da incerteza dos alunos, dos pais e dos professores ainda ser mais agravada.
Ou seja, como já se sabia, a maquilhagem do governo a que assistimos nada resolveu nas políticas e nas estratégicas que se continuam a aplicar em Portugal, seja na economia, na saúde, na solidariedade social ou seja na educação.
E isto merece censura. Isto não merece uma moção de confiança. Impõe-se, pois, que todos os agentes educacionais estejam bem atentos e determinados no combate que é necessário fazer a este governo e, neste caso, ao ministro da educação.

Sejam as alterações curriculares, sejam os horários, seja a mobilidade docente, seja o orçamento do ministério da educação, tudo tem estado a correr mal numa das áreas mais importantes para o desenvolvimento dos países e dos povos. É que a educação é o instrumento de política pública, o principal, que os governos têm para combater as diferenças entre os cidadãos e promover a igualdade de oportunidades.
Acácio Pinto
Diário de Viseu