PS aprovou por unanimidade a abstenção face às moções de censura do PCP e do BE


Participei na Comissão Política Nacional do PS que aprovou  esta madrugada, por unanimidade, a decisão dos deputados socialistas de se absterem face às moções de censura ao Governo apresentadas pelo PCP e Bloco de Esquerda.
O secretário-geral do PS, no seu discurso inicial na reunião da Comissão Política Nacional, afirmou que o Governo, ao ter enviado as propostas alternativas à TSU para Bruxelas, está a “desvalorizar permanentemente o consenso social e político em Portugal, não falando com o PS, nem, aparentemente, com os parceiros sociais”.
António José Seguro deixou mesmo a dúvida sobre “o que pretende o Governo quando segue este caminho” e adiantou que ainda não foi informado das medidas que serão apresentadas hoje por Vítor Gaspar em conferência de imprensa.
Também criticou a política do Governo, dizendo que se traduziu “num aumento do défice, do desemprego e da dívida”. Colocou “três pontos” que considerou “inegociáveis” em relação a qualquer hipótese de convergência com o PS: “Portugal deve continuar na União Europeia, Portugal deve continuar na União Económica e Monetária, e Portugal deve honrar as metas do memorando e pagar a dívida”.
O líder socialista referiu-se, ainda, à multidão que se juntou nas manifestações de 15 de setembro, advertindo que “não foram apenas contra o Governo, mas também contra a forma de se fazer política” em Portugal.
No final da reunião, António José Seguro destacou o sentido de responsabilidade do Partido Socialista: “Os portugueses sabem que podem contar com o PS, que é hoje um referencial de responsabilidade e estabilidade”.