Sócrates encerrou Fórum Educação, onde intervieram os viseenses António Borges e Maria Carmo Leitão

O secretário-geral do PS, José Sócrates, distribuiu no Porto, no dia 8 de Maio, no encerramento do “Fórum Educação – Educação Para Todos + Escola Pública", críticas ao “radicalismo ideológico” da direita e à postura “passadista e imobilista” da esquerda “radical”, num discurso centrado na defesa da escola pública.
Considerando que a escola pública será um dos temas-chave das eleições de 05 de junho, José Sócrates criticou os que, a pretexto da situação económica, insistem na aposta no privado.
Mas essa é, disse, “uma ideia aventureira, perigosa e radical, que vai estar em causa também nestas eleições”.
Para o líder socialista, que falava no Porto durante um fórum sobre Educação, a proposta do PSD, “disfarçada”, é a de que se “pode e deve transferir recursos do sistema público de educação também para financiar privados”.
“E dizem isto com aquele ar cândido de quem está apenas a propor liberdade de escolha”, ironizou, lembrando que os países que fizeram essa opção passaram a ter boas escolas privadas “para ricos” e uma escola pública “degradada e decadente”.
O secretário-geral socialista criticou também os que defendem a “escola parada no tempo”, numa alusão a uma “esquerda radical, que a única coisa que fez [em seis anos de governação do PS] foi defender que tudo devia ficar na mesma”
É uma esquerda “passadista e imobilista”, classificou.
Noutro ponto da sua intervenção, Sócrates disse que os socialistas apostam na educação pública, “não por serem pelo igualitarismo”, mas porque defendem a igualdade de oportunidades.
O secretário-geral socialista sublinhou o “sucesso” da política educativa do governo cessante – que “muitos pretendem esconder” - e assinalou que 81 por cento dos jovens dos 15 aos 19 anos estão na escola, “atingindo pela primeira vez a média dos países desenvolvidos”.
Acrescentou que o país reduziu, durante a vigência dos governos socialistas, o insucesso escolar em 11 pontos percentuais, e assinalou que 35 por cento dos jovens com 20 anos estudam no Ensino Superior.
“Criou-se um movimento à volta do saber e não há melhor do que ver um país empenhado em melhorar as suas qualificações”, disse também o líder socialista, numa alusão à adesão ao programa Novas Oportunidades.
José Sócrates encerrou o “Fórum Educação – Educação Para Todos + Escola Pública" que contou também com a presença de signatários do manifesto “Defesa da Escola Pública”, como Lucília Salgado (Escola Superior de Educação da Universidade de Coimbra), Luís Capucha (Agência Nacional para a Qualificação), Nuno Portas e Carlos Prata (ambos da Faculdade de Arquitetura do Porto).
“Só a escola pública garante a gratuitidade e universalidade no acesso à educação, a generalização dos padrões de qualidade de ensino em todas as escolas e a equidade escolar”, defendem os subscritores do documento.
TESTEMUNHOS DE ANTÓNIO BORGES E MARIA DO CARMO LEITÃO
No painel "Escola Pública" apresentaram os seus testemunhos o Presidente da Câmara Municipal de Resende, António Borges, que avançou com um exemplar e pioneiro centro escolar, em S. Martinho de Mouros, inaugurado por José Sócrates em 11 de Setembro de 2007, que permitiu o encerramento de 14 estabelecimentos de ensino (9 Escolas Primárias e 5 Jardins de Infância) e que se constituiu desde logo num centro escolar de excelência e como referencial para todo o país.
Os novos centros escolares trouxeram à escola excelentes condições de trabalho para o processo de ensino-aprendizagem, aumento das taxas de sucesso, redução das taxas de abandono e do absentismo, aumento das taxas de frequência, utilização sistemática de equipamentos tecnológicos... Os resultados escolares associados a outros  dados objectivos do antes e depois da construção dos novos Centros Educativos permitiram conferir sucesso inequívoco à marca deixada pelo PS.
Também Maria do Carmo Leitão, professora que vem desenvolvendo há vários anos iniciativas nacionais e internacionais, com os seus alunos, no âmbito da novas tecnologias e que já recebeu vários prémios nacionais e internacionais deu o seu testemunho em prol da escola pública e do seu contributo para o aprofundamento da igualdade de oportunidades para todos. De referir que Maria do Carmo Leitão, ainda recentemente, em Março recebeu o prémio de professora de Mérito e Inovação.
Como se sabe a utilização das novas tecnologias - ferramenta poderosa - teve como principal impacto a mudança da prática pedagógica. Impôs-se nas aprendizagens pela pesquisa, pela interacção e promoveu um maior interesse pela Escola.
(Fonte: Sócrates 2011)