Também Ferro Rodrigues apela ao diálogo, mas PSD não ouve ninguém, quer a crise

Lisboa, 21 mar (Lusa) - O ex-secretário-geral do Partido Socialista e atual embaixador na OCDE, Ferro Rodrigues, considera que ainda há tempo para evitar uma crise política em Portugal e apelou a todos os responsáveis para travarem uma situação que seria "desastrosa" neste momento.
"A vontade política de todos é essencial. Ainda há tempo para evitar uma crise política desastrosa, em vésperas de uma Cimeira Europeia determinante (...) e a um mês da necessidade imperiosa de obter financiamentos fundamentais" para a normal atividade do Estado e da economia em geral, diz Eduardo Ferro Rodrigues, numa declaração feita hoje à Agência Lusa.
O ex-secretário-geral do PS sustenta que "este é o pior momento para que se abra uma crise política, levando a que só daqui a cerca de três meses haja um parlamento e um governo com todos os poderes constitucionais" e lembra que as instituições internacionais, da União Europeia ao FMI, passando pela OCDE, acompanham "com grande atenção" o que se passa em Portugal.
Mais importante do que "apurar as responsabilidades" por se ter chegado "a esta situação política", afirma, é "ultrapassar as atuais dificuldades".
O atual embaixador de Portugal na OCDE defende que "Portugal tem que ter uma presença digna e ativa na próxima Cimeira Europeia" e que tem que ser defendida a "capacidade de financiamento do Estado e da economia em condições minimamente aceitáveis para o médio prazo".
Repetindo que "não faz sentido pensar que não há tempo", Ferro Rodrigues apela à vontade política de defender o interesse nacional.
"Espero que os responsáveis do Estado Português, Presidente da República, Assembleia da República, Governo, travem o caminho para um beco sem saída e respondam positivamente a este desafio", acrescenta.
A atualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) deve ser elaborada até finais de abril, com iniciativa do Governo, não oposição do Parlamento, e garantia de apoio da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, recorda o antigo dirigente socialista.
ANP.
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