(Opinião) Mundo Rural: Manancial de riqueza

1. Perspectiva sobre o actual estado do mundo rural
O mundo rural português continua a ter e a ser um forte manancial de riqueza para Portugal e para os portugueses.
Seja na vertente agro-florestal, ambiental, ecológica ou paisagística, o mundo rural é imprescindível para o desenvolvimento do país e para dar um forte contributo no sentido de regressarmos a uma agenda de crescimento.
É claro que temos que ser inovadores quanto à criação de um conjunto de imputs que estimulem e sejam facilitadores para a fixação de jovens nesse vasto espaço à mercê de ser integrado de forma global na economia e no desenvolvimento do país.
Haverá muito a fazer e o desafio é esse. Mas os investimentos nas energias renováveis levados a cabo nos últimos anos estão na boa linha. Seja nas eólicas, nas hídricas ou na biomassa, estamos perante investimentos que têm ajudado nesse objectivo. Mas temos também o forte investimento em equipamentos sociais (lares, centros de dia, cuidados continuados) que ajudam a criar emprego e emprego especializado. Mas também o investimento na fileira florestal e na fruticultura. Só para focar alguns exemplos.
O caminho é longo, mas creio que muito tem vindo a ser feito de forma a podermos prosseguir na valorização do mundo rural.
2. Perspectivas para o futuro do mundo rural
O ano de 2011 percepciona-se como um ano de crescente importância do Mundo Rural. De facto, valores como os do desenvolvimento integrado e harmonioso com os compromissos do ambiente e da sustentabilidade obrigam a centrar uma atenção pertinente sobre este sector.
A ideia cada vez mais indispensável da produção de “bens públicos” transforma o mundo rural numa plataforma imprescindível para a continuidade daquilo que vulgarmente chamamos de qualidade de vida, que não se prende unicamente com a produção de bens alimentares, mas que alcança as questões do equilíbrio do ecossistema com o respeito e defesa da biodiversidade, o tratamento e cuidado da paisagem, o uso e cuidado da floresta, o uso cuidado da água, o incremento das produções biológicas, a preservação das zonas de montanha.
O mundo rural será, como até aqui, na multiplicidade das suas actividades, o travão mais forte à desertificação das zonas mais desfavorecidas e o melhor acelerador do desenvolvimento sustentável.
(Publicado no Jornal: Gazeta Rural de Dezembro)