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Qual a diferença entre Mosteiro e Convento?

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A ideia, mais ou menos generalizada, de que a diferença entre mosteiro e convento está no género dos seus ocupantes é falsa. A designação do edifício não tem a ver com o sexo dos religiosos que lá vivem. Então, onde está a diferença? A diferença está nos objetivos religiosos prosseguidos pelos seus ocupantes. Os monjes ou monjas são religiosos que vivem, por definição, em clausura, em isolamento, recolhidos em oração, pertencentes às ordens monásticas (cistercienses, beneditinos…), não saindo, teoricamente, do local onde residem. Neste caso, o edifício tem a designação de mosteiro. Os frades ou freiras, por seu lado, pertencem às ordens mendicantes (franciscanos, dominicanos…), vivem em comunidade, e mantêm uma forte interação com a sociedade que os envolve. Já nesta situação o edifício assume a designação de convento. Portanto, mosteiro ou convento tem a ver com os ocupantes: se são ou foram monges ou monjas – mosteiro (exemplo: Mosteiro de Santa Mariade Seiça – concelho da Fig

MOODLAM, em Sátão, na vanguarda da conceção e produção de casas de madeira em Portugal

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Fixe esta marca, MOODLAM , uma marca da Carpintaria Miguel Batista para o fabrico de painéis e montagem de estruturas em CLT (Cross Laminated Timber), cuja unidade de produção, que visitámos recentemente, se localiza no concelho de Sátão, na Meã. Ou seja, uma marca para a produção e construção de casas de madeira. Da fábrica saem todos os painéis da futura moradia, paredes, pisos e cobertura, devidamente cortados, à medida, com as aberturas das janelas e portas, tudo efetuado por uma máquina previamente programada, segundo o projeto de arquitetura. Isto é, os painéis de CLT MOODLAM chegam à obra prontos a serem montados, já devidamente mecanizados, com as dimensões e formas definidas em projeto, tornando a construção muito rápida. Mas afinal este material oferece qualidade, está certificado, é resistente? Relativamente a estes aspetos a empresa referiu-nos que este material oferece um bom comportamento térmico e acústico, bem como uma boa resistência ao fogo e segurança sísmica,

Quinta do Bill e filarmónicas: a música em interação na Figueira da Foz

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 Pode-se estranhar. Pode-se mesmo duvidar das virtualidades da associação de duas filarmónicas centenárias com uma icónica banda nascida em início dos anos 90. Podemos mesmo achar que alguma coisa não estará a bater certo. Poderemos tudo o que quisermos, mas também poderemos render-nos à poesia, nestes tempos de prosa dura. E se assim for só poderemos achar o resultado de magnífico. Foi uma ode à música, essa linguagem universal que faz milagres. Que transforma mais de 800 pessoas num único ser, num coletivo unido pelas sonoridades de uma centena de músicos em palco. Foi tão bom ouvir os diálogos sonoros de instrumentos tão diferentes. De escutar as disputas das teclas e das guitarras elétricas com o tão numeroso naipe de instrumentos de sopro. De apreciar os ritmos da percussão e os silvos doces dos agudos pífaros, o deslizar das crinas do arco nas cordas do violino e as harmonias das palhetas do acordeão…. Foi tão bom saborear as vozes de todos, onde nenhuma voz esteve a mais.

"O Acontecimento" de Annie Ernaux: uma escrita dura mas deliciosa

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Há autores assim, que nos confrontam com intimidades tão suas e, afinal, também tão nossas. Que nos trazem, num estilo sem filtros, cruel, tudo aquilo que nos deixa pasmados face às circunstâncias narradas. Trata-se de uma narrativa na primeira pessoa, de uma estudante que no início dos anos sessenta do século passado se viu confrontada com uma gravidez indesejada, num país, França, em que o aborto era crime. Tudo o mais será para os leitores descobrirem nesta leitura tão real e verdadeira passada em Rouen e Paris, como também poderia ser em qualquer beco esconso de uma qualquer outra localidade ou país. Não conhecia Annie Ernaux, Prémio Nobel da Literatura antes deste encontro. Mas que escrita tão dura e deliciosa! Recomendo este Acontecimento, editado pelos Livros do Brasil.

As carreiras de antigamente: da União de Sátão & Aguiar da Beira e do Berrelhas

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  Vou falar-vos hoje de um tempo em que as carreiras, (qual autocarros qual quê), andavam à pinha, sobretudo nos dias das feiras de Aguiar ou de Trancoso, de Castendo ou de Viseu. Nesses dias só o desdobramento resolvia o problema do excesso de passageiros. Nem o tejadilho escapava. Aí não havia espaço nem para mais um saco ou canastro. Que o digam os cobradores, que se viam e desejavam, quando tinham de subir pela escada da traseira com a carga às costas e encontrar o último dos buracos onde a colocar. Dentro da carreira, nesses dias, a turbamulta não se calava. Era uma algazarra permanente. E os cigarros Kentucky do tio Zé das Quintas e os Definitivos do tio Xico Mocas eram a tempestade perfeita para os ‘gómitos’ dos miúdos e de alguns graúdos mais sensíveis àquele ambiente. Depois eram as paragens nas tascas de Coja, ou de Rãs, do Cabril ou de Rio de Moinhos, para que o motorista e o cobrador pudessem aliviar, com meio quartilho de vinho palheto, a canícula que lhes secava as go

Livro sobre "A população do concelho de Sátão"

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  Publicado em 2021, o livro "A POPULAÇÃO DO CONCELHO DE SÁTÃO - QUANTOS FOMOS, QUANTOS SOMOS", publicado pela Câmara Municipal de Sátão, é o resultado de uma parceria entre o município e o Agrupamento de Escolas de Sátão. O livro é o resultado de um breve estudo que o autor, Acácio Pinto, levou a cabo no ano letivo de 2020/2021, sobre a evolução da população no concelho, desde o século XVI (Numeramento da População de 1527,-1532, ordenado por D. João III) até à atualidade. Para além da população do concelho (e dos concelhos antigos) são ainda apresentadas diversas tabelas, pirâmidas etárias e mapas, com as diferentes configurações territoriais das freguesias, e com as principais características demográficas da população concelhia ao longo do tempo. Eis o seu índice: INTRODUÇÃO 1. O SÁTÃO NO CADASTRO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA DE 1527 1.1. CONCELHO DE FERREIRA DE AVES 1.2. CONCELHO DE GULFAR 1.3. CONCELHO DO LADÁRIO 1.4. CONCELHO DE RIO DE MOINHOS 1.5. CONCELHO DE SÁTÃO 1.6. CON

Deixem-me continuar a utilizar o ‘inutensílio’ da poesia*

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[Texto de 2016] Naquele tempo, o tempo ainda tinha o tempo todo. Tanto tinha tempo, no verão, para uma sesta bem dormida, como no inverno para longas conversas à volta do cepo ou para sucessivos jogos de sueca na taberna da aldeia à luz do gasómetro. Era o tempo em que se esperava uma semana pela resposta da namorada à carta cheia de cupidos que se lhe havia enviado. Era o tempo em que as estradas ainda eram da JAE e para se chegar de Viseu a Lisboa, no Novo Mundo ou no Coche da Beira, se demoravam umas boas 6 horas, com paragem ali prós lados do Barracão para se comer uma bifana. Era o tempo em que as estradas municipais se vestiam de terra batida e as mais privilegiadas lá tinham direito a vestir macadame. Sim, bem sei, era um tempo bem difícil! Entretanto inventaram outro tempo. Aceleraram o tempo. Tudo tem de ser feito ao ritmo das bolsas de Tóquio ou de Frankfurt, de Londres ou de Nova Iorque. Inventaram este tempo em que os bancos emprestam e lavam dinheiro ao ritmo de